domingo, 30 de dezembro de 2012

RELATO DE AMAMENTAÇÃO - Eu não amamentei!

Minha gravidez sempre foi muito desejada, eu sonhava em ser mãe desde sempre, lutei muito para conseguir superar minha infertilidade, mas superei e quando finalmente olhei o exame de farmácia dando positivo, a alegria tomou conta de mim.
Como toda mãe de primeira viagem tive muitas dúvidas, incertezas, inseguranças, mas de uma coisa eu nunca tive dúvida, da importância da amamentação para o meu filho, e já tinha decidido, iria amamentar meu filho exclusivo e em livre demanda até os 6 meses, e depois o amamentaria até quando ele quisesse.
Mas...                                                                                                
Amamentei meu filho apenas 15 dias.
Pedro nasceu de parto cesáreo (culpa de uma escolha errada) com 39 semanas, era uma quinta feira (02/02/2012) nasceu às 21h51, tudo tinha ocorrido como eu desejava até o momento em que ouvi o médico falar: Nossa como ele é pequeno! Só 2,400kg.
Minha família é craque em bebes pequenos, até aí tudo bem, ser pequeno não é tão ruim assim. 
Saí da sala de cirurgia e em menos de 2 horas estava no quarto recebendo o meu bebe, todo enrolado em cueiro, lindo como a lua, tão branquinho...
Nesse momento ninguém me falou que eu deveria coloca-lo no seio para estimular a sucção, simplesmente me deixaram com ele, eu ainda estava parcialmente anestesiada e tão cheia de emoção por ver meu filho pela primeira vez que não lembrei desse detalhe importante.
Levaram meu filho para o berçário, falaram para eu dormir um pouco que no dia seguinte eles trariam meu filho logo cedo para ficar comigo.
Eram 10h da manhã, todos os bebes já tinhas descido para suas mamães e o meu não vinha nunca, no lugar dele veio o pediatra, que falou q meu filho precisava ficar em observação pois estava nauseado, questionei o por que, queria entender o q estava acontecendo, mas ele não explicou, disse apenas que iria observar e depois falaria comigo.
E sexta-feira passou e nada do meu filho ficar comigo, ele desceu umas 2 vezes no dia por 10 minutos cada, só pra eu ver e pegar um pouco, por que o pediatra achava que ele estava com algum problema, mas não sabia explicar o por que de tanta náusea.
O meu leite não tinha descido, eu estava desesperada pra ficar com meu filho, meu médico não me atendia por que estava em cirurgia sempre que eu ligava pra ele, os médicos do hospital não queria me atender por que eu havia feito um plano totalmente particular, eu mãe de primeira viagem e meu marido que não sabia de nada sobre maternidade ficamos esperando sem nenhuma informação até sábado a tarde quando meu médico veio finalmente me ver e meu filho foi liberado.
Meu leite não tinha descido ainda, e eu achava que iria descer sozinho, o médico  me deu Plasil e ocitocina sintética pra usar 10 minutos antes de colocar o bebe no seio, quando coloquei meu filho pela primeira vez no meu seio, veio uma fonoaudióloga do hospital, olhou pra mim e disse, vc não tem bico precisa de um intermediário de silicone, vou mandar buscar. Quando o intermediário chegou, me ensinou usar, colocou meu filho no meu peito e disso: Pronto é isso.
Era sábado, 3h da tarde, quase 48 horas depois do parto.
Fiz o que me ensinaram, ele mamava, sugava um pouco e dormia, fui para casa no domingo com uma recomendação expressa do GO de comer muita canjica pra ter muito leite, segui a risca e foram 2 dias de canjica, que adoro, mas sempre me fez mal, meu filho começou a ter cólicas, super normal para um recém nascido, mas eu suspeitei q o leite da canjica estava dando gases em mim e nele, todo mundo dizendo que eu era louca, que não tinha nada nada disso, mas mesmo assim, eu decidi não tomar mais.
Nessa primeira semana, nos primeiros dias, além da cólica achava que o Pedro mamava demais, ficava 1h, 2 horas direto no peito, mas parecia que não estava satisfeito, eu sentia que tinha algo errado, mas não sabia o que era, então comecei a pirar, achando que eu não tinha leite, que ele sugava tanto por que não saia nada, todo mundo me dizendo que eu estava errada, que era assim mesmo, que o seio só produzia na hora q o bebe sugava, fui na GPM do face e postei uma dúvida, as meninas diziam que era normal, minha família dizia que era normal, e que eu estava entrando em depressão, não era normal nada, mas eu não sabia o que era.
No sábado meu marido comprou uma bombinha manual e eu comecei a estimular, além de não sair leite, machucou meu seio e eu fiquei dando mama só de um lado, passando leite no outro para cicatrizar mais rápido.
Comprou também uma lata de Nan, por que eu achava que o Pedro passava fome e não sabia o que fazer para sair mais leite, mesmo assim, lendo o que as meninas da GPM escreviam continuei a estimular e não dei o Nan.
Mas meu filho emagrecia a olhos visto, meu peito doía horrores, uma dor que eu chorava para amamentar,  já tinha 15 dias e nunca havia feito coco, só o mecômio que tinha saído no 4 dia, tinha algo de errado. Fui no pediatra com ele, o pediatra examinou e me mandou para o PS, com a alegação de que meu filho estava desidratado, era fevereiro, um sol de rachar, fui tranquila, achando q era normal, quando cheguei no hospital fizeram exames de sangue e urina, e diagnostico foi: Desnutrição grau II.
DESNUTRIÇÃO???
Pirei né? Meu bebe sugava, mamava a cada 2 horas, ficava no peito por uma hora e estava desnutrido? Alguém me explica por favor?
Dr. falando o tempo todo: Vc não tem leite, seu filho está com 1,8kg, vc não complementou? Manda descer uma mamadeira agora! Soro glicosado urgente! Não coloca no peito por que ele vai gastar energia sugando e a glicose está muito baixa, se vc tivesse deixado para vir amanhã seu filho teria entrado em choque...
Eu nem vi o dia passar, não comi, não liguei pra ninguém, e achava que se era desnutrição mesmo, iria resolver com o complemento, fazer o que, naquele momento era a vida do meu filho, contra tudo o que me falaram sobre amamentação, eu não tinha escolha, tinha que tira-lo da desnutrição.
Pedro ficou internado 2 dias, tomando mamadeira de 2 em 2 horas, nem se cogitou coloca-lo no peito, ele tinha que engordar urgente, era feito exame de glicose a cada 2 horas, como a glicose se estabilizou e ele ganhou 200g, recebemos alta e uma receita médica escrito: Nan, 30mL a cada 2 horas.
Saí do hospital sábado as 13h, cheguei em casa e dei a primeira mamadeira as 16h, vomitou na mesma hora, esperei um tempo e dei outra, vomitou outra vez e foi assim até as 22h, quando voltei para o hospital sem saber o q tinha acontecido.
Médicos sem saber o q fazer, vômitos em jatos, coloquei no peito pra ver se ele mamava, vomitou o leite do peito. 
Mais exames, Ultrasson da cabeça, da barriga, cirurgião veio ver, disse que uma válvula do estomago poderia estar fechada, coloca no peito pra ver, vomita o leite, dá mamadeira, vomita, coloca no soro, exames normais, não precisa operar, vem uma mamadeira de leite diferente a cada 2 horas, vomita, peito, vomita, de repente um milagre vem um leite que fica, ufa, leite milagroso, leite pra bebes pré-maturo, R$ 60,00 a lata, quem liga pro preço, quero meu filho bem.
Voltei pra casa 8 dias depois da primeira internação, ficamos no hospital com esse leite mágico sendo oferecido de 2 em 2 horas, só receberia alta quando chegasse a quase 3kg, engordava 90, 100g por dia, em casa mesmo esquema até chegar no peso ideal.
Chegou logo em 1 mês foram 2 kg.
Todo mundo em casa me estimulando bastante:  “eu amamentei, mas se fosse hoje eu daria só Nan, muito ruim amamentar”, “ Eu tinha tanto leite, que coloquei na mamadeira logo, por que ficava vazando e eu queria que secasse”.
Eu penando: Por que eu não tive leite???
Conversei com as meninas da GPM outra vez, relactação poderia ser a solução, vi o método, comprei o material e lá fui eu tentar, nossa, meu filho nunca chorou tanto, ficou nervoso, não conseguia sugar o peito, tentei com o intermediário, chorava mais ainda, eu chorava, ele gritava, e eu dei a mamadeira.
Tentei no dia seguinte, a mesma coisa, fui ficando nervosa e deprimida, mas eu tinha um filho pra cuidar, não tinha esse direito.
Todo mundo falando, como ele está ficando lindo agora que está gordinho, que bom que ele não entrou em choque, nossa que legal que no hospital experimentaram vários leites diferentes e agora seu filho está bem.
Eu ouvia tudo e guardava no meu coração, aquilo pra mim, ainda não era uma resposta, tinha algo errado, uma mulher não podia simplesmente não produzir leite, um bebe não podia vomitar o leite da mãe e aceitar uma fórmula artificial.
Comecei a pesquisar, e cheguei a conclusão de que meu filho teria alergia a leite ou intolerância a lactose, ele tinha 2 meses e meio já estava com 5,5kg, aparentemente estava bem, levei no pediatra e expus minha conclusão, o pediatra falou que não entendia nada de alergia e de intolerância, mas achava que eu poderia estar certa, disse que eu deveria procurar um gastro-pediatra e conversar com ele, mas que nessa idade o Pedro não deveria mais tomar leite pra pré-maturo, que iríamos trocar por um hidrolisado sem lactose, assim qualquer que fosse o problema, o novo leite iria resolver.
Marquei a consulta com o gastro para 15 dias, comprei o leite novo, Pedro tomou e ficou bem na primeira semana, na segunda, chorava sem parar, foi diminuindo as mamadas, começou ficar cheio de urticárias, e rouco, chegou na consulta com o gastro, que concluiu logo de cara: APLV (alergia a proteína do leite de vaca), vamos testar um hidrolisado mais forte e se não der certo, vai ter que tomar fórmula de aminoácidos.
Meu filho estava mal, conversei com as meninas da GPM, afinal agora eu tinha um diagnóstico, e sabia o que tinha q fazer: Dieta restritiva de leite e voltar a amamentar.
Eu sabia que existia um remédio para depressão que tinha como efeito colateral a produção de leite, se eu conseguisse voltar a produzir, eu tentaria de todas as formar a relactação, eu estava decidida, mas já tinha tentado uma vez e sabia que não conseguiria sozinha.
Eu sabia, que por mais forte que eu fosse, sozinha eu não iria conseguir, eu precisava de ajuda, conheci mulheres que tinham conseguido, que me ofereceram em empréstimo bombinhas elétricas.
Procurei o pediatra: Não aconselho, vai ser difícil para você e para ele.
Procurei o banco de leite: Vai demorar muito para produzir e quando vc conseguir ele nem vai querer mais mamar.
Falei com a família: Pra que isso? Ele está bem com a mamadeira.
E eu comecei a pirar, fiquei angustiada, estava sem dinheiro, por que precisei comprar a fórmula de aminoácidos que custava R$ 150,00 a lata e só durava 2 dias. Pensei em contratar uma consultora de amamentação, mas não tinha dinheiro, nem cabeça, quanto mais eu lia sobre a alergia, mais angustiada eu ficava.
Meu filho estava rouco, com chiadeira no peito, e o aminoácido parecia ser o milagre em forma de pó, fazendo ele melhorar cada dia mais.
Ninguém ao meu redor me apoiava, e eu desisti...
Acho que tinha q ser assim...
Mas talvez essa história tivesse outro final:
 Teria se eu tivesse mais apoio, da família, dos amigos dos médicos.
Teria se os médicos não tivessem dado LA para o meu filho.
Hoje eu sei o que eram as náuseas: Resultado do LV dado logo ao nascer.
Sei também que as cólicas e o mamar  sem parar, era resultado de uma inflamação causada pela alergia.
Sei que o refluxo, nada mais era do que resultado de um organismo sensibilizado por um leite que nunca vai chegar aos pés do meu, e que por isso meu filho não mamava o suficiente, por que sentia dor.
Eu tinha leite, meu corpo estava produzindo o quando ele sugava, mas com a dor, ele sugava só o suficiente para sobreviver, e mesmo assim quase morreu.
Hoje eu sei que a alergia é um fato na minha vida, se Deus me permitir outros filhos a chance de serem alérgicos é de 80%, então o parto vai ser diferente, não vai ser agendado, vou lutar por um VBAC, vou fazer dieta de leite antes do Bebê nascer, não vou comer canjica e nem nada que tenha leite, vou estimular o seio, vou esperar meu corpo se encher de ocitocina natural, vou amamentar meu próximo filho sem parar, ele vai ficar comigo 100% do tempo depois de nascer, eu vou gritar e brigar, mas não vou deixar que aconteça com ele o que aconteceu com o irmão mais velho.
E vou ler mais, cada dia mais vou me apoderar mais do meu corpo, da minha vida e da minha alma de mãe e mulher!



sábado, 29 de dezembro de 2012

Alergia ao Antialérgico

Alergia ao Antialérgico: O médico falou essas palavras em tom de piada, achou graça de si mesmo ou então estava tirando onda com a minha cara!

Tudo começou com o excesso de contato com alergênios que Pedro teve na semana do natal, são festas, visitas, gente pegando nele o tempo todo, sabonete com leite, iogurte que a priminha toma, soja, azeite, doces com leite...

Ele reagiu, ficou com a bolinhas ao redor da boca, e a coisa estava piorando e ele cada vez mais irritado, achei que estava na hora de medicar, comprei o medicamento indicado, ultima geração, questionei no grupo se era limpo, e olhei na bula...

Na bula dizia que tinha essência de caramelo, acendeu uma luz amarela e continuei insistindo com todo mundo que conheço (mães de alérgicos) se era seguro e limpo, com exceção de 1 mãe, todas garantiram que era seguro, casos mais graves que o do Pedro tomavam e ok...

Dei a primeira dose e logo depois ele vomitou, a luz ficou vermelha!!!

umas 4 / 5 horas depois marido confunde o frasco do antialérgico com o frasco do remédio para o estômago e dá outra dose de antialérgico, da cozinha eu escuto os gritos do Pedro, voltou e vou adula-lo, quando eu olho pra ele, o rosto e pescoço vermelhos, corri para o banheiro e lavei tudo, dei uma dose do corticoide e corri para o hospital onde ouvi a frase que nomeia esse post...

Eu não sei o que causou a reação, vou tentar descobri e sei que contarei com a ajuda das AMIGAS DA ALERGIA, sei que não estou sozinha nessa batalha contra a alergia alimentar do Pedro, conto com o apoio incondicional do meu marido MARCELO, mas ver meu bebezinho de 10 meses sofrendo tira o meu chão.......

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

VOU JOGAR MEU FILHO DA PONTE!

Fiquei sabendo que o filho da vizinha da irmã do cunhado do primo da manicure da amiga da minha amiga jogou o filho da ponte e ele não morreu. Embora algumas pessoas me falem, me mostrem em estudos e artigos científicos que essa atitude é arriscada, que isso pode prejudicar o meu filho e até mesmo matá-lo, ainda assim, decidi que vou experimentar por conta própria, afinal, como eu disse, o filho da vizinha da irmã do cunhado do primo da manicure da amiga da minha amiga jogou o filho da ponte e ele não morreu!!!

Eu fiz isso, exatamente assim, quando decidi que faria uma cirurgia ao invés de um parto normal...

Só que o filho da vizinha da irmã do cunhado do primo da manicure da amiga da minha amiga era na verdade uma infinidade de MÃEZINHAS que me cercavam e diziam o tempo todo: MINHA CESÁREA FOI MARAVILHOSA, NÃO SENTI NADA!!!

Já ouviu falar que alguém foi trollado? Pois é... Eu fui!

Trollado é um termo que significa que você foi enganado, te fizeram de bobo, te contaram a lorota da lorota e você acreditou.

Vou citar aqui cada etapa da Troll e desmistificar cada uma delas para vocês:

CESÁREA NÃO DOÍ: Maior mentira contada pela humanidade desde os tempos da criação do mundo!

Como alguém pode fazer uma cirurgia  que corta sua barriga de ponta a ponta (uns 20cm) e abre 7 camadas de tecido e ainda falar que não doí????

O maior medo das mulheres é sentir a dor do parto, a dor das contrações, de ficar lá deitada e impotente implorando por um milagre que acabe com tudo aquilo...

No dia seguinte da cesárea é quase isso que você sente, com a diferença de que não vai acabar quando o bebe nascer, ela vai durar mais 7 ou 10 dias se você tiver sorte, caso contrário, com pontos inflamados, tendo que cuidar da casa, marido, filho você vai sentir essa dor por muito mais tempo!


AS MULHERES DE HOJE NÃO TEM CONDIÇÕES FÍSICAS PARA PARIR: Nessa nem eu mesma sei como eu caí... Caraca, como é que uma mulher que nasceu mulher, tem corpo de mulher, estrutura de mulher, hormônios de mulher não pode parir????

Mulher biologicamente falando nasceu pra procriar e parir o resto é só o que a gente faz nos intervalos...

Toda a estrutura óssea, hormonal e muscular da mulher é trabalhada durante a gestação para esse momento, claro que hoje levamos uma vida mias sedentária do que a das nossas mães e avós, mas isso se resolve facinho com caminhadas e exercícios leves desde o início da gravidez e não com uma cirurgia!

O PARTO DEMORA HORAS E NO FIM A GENTE CAI NA FACA MESMO: Isso é verdade, 100% verdade, mas não como te contam...

A contrações podem durar horas, dias ou semanas... E a maioria das mulheres acham que estão em trabalho de parto quando estão tendo apenas contrações, sejam de treinamento ou até mesmo as reais que levam a um trabalho de parto...

A mulher começa a sentir as contrações, mede o tempo, corre para o hospital, ao chegar lá está com 1,5cm.. (Oi)?

1,5cm quer dizer que a mulher está longe, muito longe de parir, ela deveria estar em casa cuidando da roupa do neném, deveria estar passeando e curtindo os últimoS dias da barriga (e não o último)... Mas se está no hospital, ansiosa, na troca do plantão ou com o GO bonzinho que ela contratou vai ser internada...

Essa internação é que leva para a faca e não o resto!!

A mulher vai ser tocada por 10 pessoas diferentes a cada meia hora, vão colocar soro (sorinho) para ajudar a dilatar (vai doer mais que a morte), vão fazer deslocamento de membranas, vão colocá-la deita na na mesa sem poder se mexer, vão deixá-la sozinha a merce de tudo isso, sem acompanhante, sem o carinho da família... Pára!!!

Isso não é trabalho de parto, essas 10, 12, 15 horas que a mulher passou lá antes de implorar pela cirurgia é VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA!

Ela só deveria ser internada quando tivesse em trabalho de parto mesmo, com uns 6 / 8 cm de dilatação, com contrações ritmadas com mais de 40 segundos cada, ela deveria ser deixada livre para andar, rebolar, tomar banho se mexer, deveria receber carinho e conforto do marido / companheiro, ter por perto gente que a incentivasse, que a apoiasse, que dissesse que ela é capaz, ela deveria receber tratamento humanizado e não violência...

Não há mãezinha que aguente tudo isso!!!!

AGENDAR O PARTO VAI DAR TEMPO PRA VOCÊ ORGANIZAR TUDO PARA QUANDO O BEBE CHEGAR EM CASA:

Ah... Claro, depois de uma cirurgia você precisa de tudo organizado mesmo, mas se você tiver parido não vai precisar não...

Pois é, pariu? A vida continua igual sem o barrigão, o bebe está lindo e cheiroso no berço, você não tem ponto nenhum, você é capaz de cuidar de tudo sem ajuda nenhuma, então larga de ser boba e esquece esse pseudo parto que estão te enfiando goela a baixo!

BLABLABLA A CESÁREA É MAIS SEGURA, BLABLABLA...

Cara, que merda acreditar nisso é só pensar que é impossível uma coisa natural ser mais arriscada que uma cirurgia com anestesia, 3 médicos, 2 enfermeiros, 2 UTI´s e todo aparato hospitalar, por que gente, pelo amor de Deus o parto não precisa de nada disso pra ser seguro...

Então tá, assume que você foi trollada e muda de vida, muda de atitude e estuda um pouco... Podem te falar o que for, mas se você souber a verdade antes vai poder argumentar contra o sistema!

Você não é moderna e atualizada só por que faz o que todo mundo está fazendo,você é moderna e atualizada quando estuda e debate sobre assuntos que dizem a respeito de você e do mundo!

Cesárea deixa cicatrizes incuráveis e leva a consequências desastrosa, antes eu dizia que estava disposta a arcar com as consequências da minha escolha, eu só não pensava que essas consequências poderiam prejudicar a vida do meu filho...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Introdução de Alimentos

A pior parte da alergia alimentar é a introdução de alimentos e a consequente observação dos sintomas.

Fizemos uma tentativa de introduzir sucos aos 4 meses, foi apenas uma tentativa com suco de melão, e muitos vômitos para nos fazer ter paciência.

Aos 6 meses, começamos a introdução conforme a indicação de mães mais experientes e contrariando o médico. Chuchu foi o primeiro alimento e outra grande decepção, vômitos por dias seguidos e inapetência ( falta de apetite), depois foi a banana, que causou coriza e chiado no peito, seguida da maçã que causou flatulência e dores abdominais...

Foi quase um mês para conseguir testar a pera, minha grande aliada nesse momento, a aceitação foi ótima, tudo deu certo com ela, começamos fazendo cozida e misturada com o neocate, depois crua amassada como papinha, ele adora, faz um bocão pra pera que dá gosto ver.

Resolvi continuar nas frutas, só por teimosia mesmo, ofereci mamão, nos primeiros dias totalmente aprovado, na segunda semana comecei a suspeitar que ao tomar o refluxo aumentava, testei alguns dias com mamão e outros sem mamão, vi que realmente aumentava, e estou na dúvida se para ou não.

aos 7 meses e meio, Pedro só come pera e mamão, decidi introduzir batata, e nos primeiros 4 dias tudo bem, portanto tomei coragem e fui para outro legume, cará, uma raiz que se assemelha ao inhame um pouco maior. Já no primeiro dia Pedro teve um cocô estranho, suspeito de sangue, aqui entra a maior dificuldade da mãe de alérgico, foi a batata? foi o cará? as lesões são do mamão?

A introdução é realmente difícil, fica-se a merce de perceber ou não perceber a reação...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A amamentação em livre demanda

Pedro nasceu de parto cesáreo e muitas teorias.

A principal delas é que amamentar exclusivamente com leite materno e em livre demanda era algo que eu iria fazer custe o que custar!

Pedro tem alergia a proteína do leite de vaca (APLV), ainda no hospital, depois de um parto cesáreo, ele recebeu leite de vaca - esses tipo NAN, que todo mundo acha o máximo - e apresentou náuseas.

Engraçado como pediatra não entende nada de alergia mesmo, pois ao ser questionado o pediatra disse que iria observar, mas que era "normal" bebes pequenos apresentarem náuseas.

Pedro era um bebe de 2,405 quando nasceu!

A recomendação do meu GO era que ao chegar em casa eu deveria me alimentar muito bem, ingerir muito líquido e comer canjica, até esse momento eu não sabia, nem imaginava que estaria prejudicando a vida do meu filho.

A proteína do leite da vaca não é uma proteína do mal, ela passa para o leite materno, assim como todas as outras proteínas que ingerimos durante a amamentação.

Pedro reagiu a essa ingestão de proteínas com perda de peso e refluxo, mamava sem parar e parecia estar sempre com fome, insatisfeito e letárgico, todo mundo me dizia que era normal, eu achava que ele estava com fome...

Os primeiros sinal da alergia são sutis, os sintomas se parecem com coisas comuns aos bebes, nariz escorrendo, cólica, vômitos, alergias, choro, quem nunca viu um bebe com um desses sintomas? A diferença é que no caso da alergia, esses sintomas não desaparecem, são persistentes e em alguns dias são piores do que em outros.

Com o Pedro os primeiros sinais, foram as cólicas, e o emagrecimento que o levou a uma internação de 2 dias, que se tornaram 8, foi internado com DESNUTRIÇÃO, a culpa segundo os médicos era minha que não tinha leite, então deram pra ele NAN, leitinho milagroso, ganhou 100g em um único dia de mamadas, no segundo dia perdeu tudo em uma crise de vômitos que durou das 4h da tarde até as 11h da noite quando internaram ele novamente, foram exames e mais exames, pesavam ele todos os dias, trocaram de marca de leite uma infinidade de vezes, até que ele aceitou o Enfamil Prematuro e não vomitou mais, todos os médicos diziam que ele só aceitava esse por que tinha baixo peso, e sendo um leite para prematuros a aceitação seria melhor, nunca em nenhum momento questionaram ou pensaram em alergia.

Em 8 dias ganhou 1 kg, voltou para casa e tomou esse leite por mais 2 meses e meio, nesse período tentamos trocar a marca do leite por 3 vezes, todas as vezes era tomar e vomitar. Pedro tinha uma alergia entre as sobrancelhas, vivia se arranhando, todo mundo dizia que era normal, todo bebe tem. pouco antes de fazer 3 meses eu e meu marido resolvemos pesquisar os sintomas na internet, eu achava que ele poderia ser intolerante a lactose, então apareceu o termo APLV pela primeira vez, vi os sintomas e fui atrás do pediatra para ver o que ele achava...

Pediatra tem que sabe sobre os males que podem afligir os bebes certo? Errado talvez, o pediatra que passávamos o Pedro nos disse que nada entendia de alergia, que podia ser sim que ele tivesse alguma coisa, mas que nós deveríamos procurar um gastro, que é especialista em alergia (oi?), e que o mesmo iria nos orientar melhor, trocou novamente o leite do Pedro, desta vez para um leite parcialmente hidrolisado e sem lactose, segundo ele se Pedro aceitasse o leite, seria sinal de que ele ou era intolerante a lactose ou alérgico a leite.

Pedro tomou esse leite por 15 dias, quando todos os sintomas vieram de uma só vez e extremamente fortes. Chiado no peito, rouquidão, choros incontroláveis, alergias no corpo todo, inapetência... Foi quando finalmente passamos na gastro, que na primeira consulta e sem nenhum exame para comprovar bateu o martelo e foi taxativa: ALERGIA, tratamento, excluir todo leite de vaca da vida do Pedro.

Meu filho estava tão mal, tão mal nesse dia, que resolvi não seguir a orientação da médica, de fazer os exames e só então iniciar a "fórmula de aminoácido". Sabe quando a gente diz que uma coisa é tiro e queda? Foi assim com essa fórmula, os sintomas desapareceram, Pedro ficou tão bem, tão fofo, a pele linda, sem alergia, sem rouquidão, comendo super bem... Encurtando, fórmula salvadora!

Talvez, nada disso teria acontecido, talvez minha teoria de amamentar em livre demanda passaria a ser realidade, se e somente se, antes de tirar o meu  filho do peito, antes de enche-lo de leite de vaca, eu tivesse sido orientada, se algum médico soubesse, imaginasse, cogitasse, que meu filho poderia ter APLV.

Mas passado é passado. Agora, é bola pra frente. Afinal estamos vivendo e aprendendo!

domingo, 9 de setembro de 2012

O que me fez escrever esse blog?

Resolvi escrever, colocar no papel tudo que eu tenho aprendido, contar minha história, eternizar minha maternidade e as dificuldades de se criar um filho com alergia alimentar..

Sei que tem um monte de gente que fala disso, tem blogs ótimos de se ler, tem muita informação por aí...

Mas sabe o que é? Preciso contar minha história, preciso que as pessoas vejam a alergia do Pedro do meu ponto de vista...

Preciso colocar para fora os bichos que me corroem por dentro...

Bichos que eu criei, outros que criaram dentro de mim!